RESUMO Objetivo A disfunção do assoalho pélvico tem alta prevalência na população adulta. A avaliação dinâmica e multiplanar do assoalho pélvico (DMRIPF) representa uma ferramenta ideal para o gerenciamento multidisciplinar. O objetivo desta análise é avaliar o valor agregado da avaliação dinâmica e multiplanar do assoalho pélvico em pacientes com suspeita de distúrbios do assoalho pélvico. Métodos Análise retrospectiva de uma série consecutiva de pacientes submetidos à avaliação dinâmica e multiplanar do assoalho pélvico por suspeita de distúrbios do assoalho pélvico entre Abril de 2005 e Julho de 2019. Resultados 359 pacientes foram incluídos. O número médio de diagnósticos alcançados pelo exame físico foi de 1,2vs. 2,5 pela avaliação dinâmica e multiplanar do assoalho pélvico p < 0,001. O exame físico encontrou uma única patologia em 80.8 % dos casos. A retocele anterior (RA) foi o diagnóstico isolado mais frequente no exame físico (68 %). Na avaliação dinâmica e multiplanar do assoalho pélvico, a retocele anterior foi diagnosticada como uma condição isolada em 10.9 %. Em 231 casos, a retocele anterior foi associada a até 5 outros distúrbios do assoalho pélvico. O número de indivíduos com patologias associadas dos compartimentos posterior e anterior triplicou. Modificou os achados do exame físico em 17 % dos indivíduos e em 63.5 %; permitiu a identificação de outras patologias do assoalho pélvico que foram esquecidas pelo exame físico. A avaliação dinâmica e multiplanar do assoalho pélvico teve maior valor agregado em pacientes com retocele anterior (59.6 % vs.20.9 %; p < 0,001. O sexo feminino também foi associado a um maior rendimento diagnóstico p < 0,001. Conclusão A avaliação dinâmica e multiplanar do assoalho pélvico permite a detecção de defeitos multicompartimentários que, de outra forma, poderiam não ser detectados, ou mesmo alterar o diagnóstico clínico inicial, representando uma ferramenta ideal para a abordagem multidisciplinar das luxações do assoalho pélvico, permitindo um planejamento terapêutico abrangente.

ABSTRACT Purpose Pelvic floor dysfunction has a high prevalence in the adult population. The Dynamic and Multiplanar Evaluation of the Pelvic Floor (DMRIPF) represents an ideal tool for multidisciplinary management. The purpose of this analysis is to evaluate the added value of the Dynamic and Multiplanar Evaluation of the Pelvic Floor in patients with suspected pelvic floor disorders. Methods Retrospective analysis of a consecutive series of patients who underwent a DMRIPF due to suspected pelvic floor disorders between April 2005 and July 2019. Results 359 patients were included. The average number of diagnoses achieved by physical examination was 1.2 vs. 2.5 by the Dynamic and Multiplanar Evaluation of the Pelvic Floor (p < 0.001). Physical examination found a single pathology in 80.8 % of cases. Anterior rectocele (AR) was the most frequent isolated diagnosis on physical examination (68 %). On the Dynamic and Multiplanar Evaluation of the Pelvic Floor, anterior rectocele was diagnosed as an isolated condition in 10.9 %. In 231 cases, anterior rectocele was associated with up to 5 other pelvic floor disorders. The number of individuals with associated pathologies of the posterior and anterior compartments tripled. It modified physical examination findings in 17 % of individuals and, in 63.5 %, allowed the identification of additional pelvic floor pathologies that were missed by physical examination. The Dynamic and Multiplanar Evaluation of the Pelvic Floor had greater added value in patients with anterior rectocele (59.6 % vs. 20.9 %; p < 0.001). Female gender was also associated with a greater diagnostic yield (p < 0.001). Conclusion The Dynamic and Multiplanar Evaluation of the Pelvic Floor allows the detection of multi-compartment defects that could otherwise go undetected, or even alter the initial clinical diagnosis, representing an ideal tool for multidisciplinary approach of pelvic floor dislocations, allowing a comprehensive therapeutic planning.

The ureteral stump is the segment of the ureter that remains after a nephrectomy, and it can occasionally give rise to a rare symptomatic infectious disorder known as an empyema of the ureteral stump. The syndrome is usually attributed to another disease due to the radiologist's or ED physician's unawareness, and diagnosis is delayed until there is significant clinical progression, complimentary images or exploratory surgery is performed. Ureteral stumps that were healthy at the initial surgery, usually do not pose further problems. On the other hand, ureters that are obstructed, chronically infected or associated with nephrolithiasis or distal reflux, are at risk for developing future complications. This review goes over the available literature on the subject and presents cases of patients who underwent a nephrectomy and, for different reasons, developed an empyema of the ureteral stump in order analyze the possible causes and predisposing factors, describing the main radiologic findings in each of the different imaging modalities, and recognize the possible complications and their according therapeutic management. Repeated urinary tract infections are useful for suspecting the presence of an empyema, and are due to vesicoureteral reflux or ureteral dysfunction, with consequent urinary stasis and infection. Thus, patients with a history of nephrectomy presenting with diffuse abdominal pain, fever and repeat urinary infections, should raise the suspicion of empyema of the ureteral stump, leading to a correct imaging analysis and posterior treatment.

El muñón ureteral es el segmento de uréter remanente posterior a una nefrectomía, que puede, ocasionalmente, dar origen a un cuadro sintomático infeccioso poco frecuente, conocido como empiema del muñón ureteral (EMU). El mismo suele atribuirse a otra patología por desconocimiento médico y no es reconocido hasta que el cuadro clínico avanza significativamente o se realiza la exploración quirúrgica. Los muñones ureterales que se encontraban sanos en la cirugía inicial no suelen desarrollar patología. Por el contrario, los uréteres obstruidos, crónicamente infectados o asociados a litiasis o reflujo distal, son los que se encuentran en riesgo de desarrollar complicaciones futuras. En esta revisión, se repasa la literatura y se presentan casos de pacientes con antecedentes de nefrectomía que por diferentes causas transcurrieron con empiema en el muñón ureteral, con el fin de analizar las posibles causas y factores predisponentes de la patología, describir los hallazgos radiológicos en los diferentes métodos diagnósticos y poder reconocer las posibles complicaciones para su correcto manejo terapéutico. Las infecciones urinarias a repetición son útiles para sospechar la presencia de EMU. Ellas se deben al reflujo urinario o disfunción en el vaciamiento del uréter remanente, con estasis e infección del mismo. Por lo tanto, en pacientes con antecedentes de nefrectomía que presentan dolor abdominal difuso, fiebre y antecedentes de infecciones urinarias a repetición, es necesario sospechar empiema del muñón ureteral para poder realizar un correcto análisis imagenológico y posterior tratamiento.